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A GUERRA E A PAZ É VOCÊ QUEM FAZ!
Geralmente avistamos os conflitos distantes, avaliamos os empates que ocorrem longe, entre pessoas que conhecemos, entre nações; mas não damos conta do que se passa em nosso lar e no universo interior.
Antes de julgar os comportamentos alheios, daqueles que pouco conhecemos, reproduzindo o dito popular: “o macaco senta no rabo e olha o rabo do outro”. Se observarmos bem, próximo de nós estão acontecendo situações que se parece com aquelas que tanto julgamos, quanto criticamos.
É mais fácil olhar o que se passa distante, do que admitir que aquilo existe também com aqueles a quem queremos bem e nos relacionamos. Torna-se frustrante acatar esses eventos tão próximos, que preferimos nos deslocar para longe e projetar nas outras situações o que geralmente está se passando em volta.
Ver por exemplo, a fraqueza e vulnerabilidade de alguém a quem amamos e esperávamos que fosse uma pessoa centrada e bem decidida. No entanto as suas fraquezas emocionais o tornam passivo de influências e domínios exercidos sobre ela. Nesse momento julgamos as ações exageradas que ela sofre em vez de admitir as suas omissões e passividade ao subjugo alheio.
Existe uma tendencia no ser humano de jogar para longe aquilo que não lhe faz bem. Isso provoca esse deslocamento, atribuindo o negativo nas pessoas mais distante, em vez de admitir que também existe naqueles mais próximos e as vezes, em nós mesmo.
Muitas vezes evitamos aceitar aquilo que se passa ao lado e envolve as pessoas queridas; em vez disso, olhamos mais longe e criticamos o que notamos nos outros. Tomamos como absurdas as ações dominadoras e submissas entre pessoas distantes. Em maior escala, na sociedade, os jogos de interesses e as manobras políticas que interferem negativamente nas comunidades e afetem os povos, causam-nos indignações.
Estendemos isso também entre nações, quando assistimos os conflitos armados e o horror da guerra que fazem tantas vítimas e desloca o povo dos seus lares, separando famílias. Essa proporção macro revela modelos em proporções infinitamente menores, mas não menos impactantes, quando presenciamos ações injustas, e medidas exageradas tomadas dentro de casa e com as pessoas intimamente ligadas a nós.
Entre as paredes dos lares podem estar havendo espécies de massacres emocionais. Nenhuma medida é tomada para amenizar esses horrores internos e familiares. Ao contrário, nota-se uma tendência a omissão e ao desvio de foco para as questões distantes e de maior impacto, por se tratar de grandes proporções, como a guerra e outras questões políticas.
A guerra precisa de negociações e acordos de paz; estes são inspirados aos líderes das nações e articulados pela comunidade de sofre com os horrores da guerra. Tem outros conflitos que não são fortemente armado com bombas e outros materiais destrutivos, mas que está sempre munido de discórdias, ataques verbais e ações que afetam o relacionamento e perturbam a paz dentro de casa.
Nesses combates no lar não existem inimigos ou algozes, mas sim pessoas que escolheram estar juntas e foram unidas por sentimentos em comuns, como a simpatia e até o amor. Com o passar do tempo foram se distanciando e criando barreiras de contenção desses sentimentos, do respeito e da consideração. A convivência cotidiana gera marcas que se não forem resolvidas e ficarem guardadas, provocam sentimentos de desacordos e desafetos entre os entes queridos. Esses estados emocionais impregnadas formam espécies de valas de discórdias que se abrem por meio de assuntos que surgem em conversas que causam provocações e discussões dentro de casa.
Se o conflito entre nações deixa o mundo em estado de alerta, os conflitos familiares deveriam despertar em nós o interesse por medidas de cessar fogo. Parar de atacar com palavras, maledicência e critica dirigida a quem compartilha de uma vida ao nosso lado.
Para isso é preciso também conquistar a paz interior; deixar de exigir tanto de si; respeitar os seus limites e ser tolerantes para com as próprias dificuldades. Nesse terreno interno existem espécies de revoluções que se personificam em forma de auto ataques que não cessam em momento algum.
Durante o dia ficamos tentando impor sobre nós os modelos idealizados em forma de comparações como os outros. Queremos atender as expectativas que fazem sobre nós e nos cobramos. Esses conflitos internos não têm tréguas. Quando nos recolhemos para dormir, levamos para a cama as preocupações, frustrações que não deixam descansar em paz.
O mundo pede paz entre as nações. Muitos de nós que se encontram desesperados vivendo os horrores da depressão, não contam com medidas externas para sanarem os seus conflitos emocionais. Precisam fazer reformulações internas e fortalecerem as suas emoções para saírem desse fosso psicoemocional que entraram durante suas trajetórias de vida.
Pana não entrarmos nesse quadro de sofrimento emocional e discórdias familiares, é importante na mesma proporção que vemos as situações problemáticas que se passam distante, refletir se de alguma forma aquilo não acontece a nossa volta ou mesmo dentro de nós.
Se ligue em você, não viva a vida do outro, tampouco queira resolver os problemas do mundo. Lembre-se quando você conseguir ficar bem consigo mesmo vai poder proporcionar o bem-estar para quem está do seu lado, consequentemente colaborar com a paz no mundo.
Valcapelli.